Você com certeza já deve ter visto alguém com olhos de cores diferentes, seja pela internet ou mesmo pessoalmente. O fato é que esse fenômeno, conhecido como heterocromia, deixa muitas pessoas curiosas. Esta é uma característica física singular, que ocorre em menos de 1% da população mundial (e também em alguns cães e gatos, em que é mais comum), derivando da falta ou excesso de melanina.
Esta anomalia pode ser hereditária, relacionada ou não a uma síndrome crônica, ou ser adquirida por doenças e ferimentos ao longo dos anos. Quando provém de uma alteração genética, a mutação ocorre no gene EYCL3, localizado no cromossomo 15, sequência do DNA que indica a quantidade desse pigmento no olho.
O termo latino “heterocromia” significa “cores diferentes”, o que explica bem as características desse fenômeno. Existem três categorias distintas de heterocromia, sendo elas: central, completa e setorial. Entretanto, em casos raros, alguns indivíduos podem ter a combinação de dois ou três desses tipos. Nestas três formas, os pigmentos predominantes na íris são castanho, azul e amarelo que, de acordo com a intensidade, determinará a cor final do olho.
Na heterocromia central, a íris possui dois ou mais círculos de cor em sua composição. Por exemplo, quando a pessoa tem olhos azuis, mas possui picos de cor castanha e amarela irradiando da pupila em direção ao meio da íris.
No caso da heterocromia setorial, também conhecida como heterocromia iridum, a mesma íris possui duas cores, parecendo uma “mancha” no interior da cor dominante. Esse tipo pode ocorrer em um olho ou em ambos os olhos.
Já a heterocromia completa, ou heterocromia iridis, ocorre quando a cor do olho de uma das íris é completamente diferente da outra, como um olho verde e um castanho, por exemplo. Essa categoria é a mais rara e talvez seja a que mais chame a atenção, por causar maior estranheza e admiração.
Se o paciente possui a heterocromia desde a nascença, sobretudo em casos de ser herança genética dos pais, a doença é benigna e não gera nenhum dano à visão ou perda total. Porém, quando a heterocromia não é congênita, ou seja, quando o paciente não nasceu com alguma alteração genética, ela pode ser consequência de doenças graves, como a neurofibromatose ou glaucoma.
Assim, se a criança apresentar cores diferentes nos olhos, o diagnóstico com o oftalmologista é fundamental, podendo examinar se a anomalia não está associada a outras doenças. Da mesma forma, se um adulto perceber a mudança na cor dos olhos abruptamente com o passar do tempo, é necessário realizar uma consulta com um especialista para estudar o caso.
A heterocromia, quando congênita, ainda não possui cura ou prognóstico específico. Caso o paciente prefira, as lentes de contato podem ser usadas para igualar a cor dos dois olhos, desde que sejam recomendadas pelo oftalmologista. O tratamento desta anomalia somente será necessário caso seja proveniente de alguma outra doença. Assim, a prescrição de medicamentos e procedimentos será feita de acordo com as causas.
Assista ao vídeo da atriz Fernanda Souza sobre heterocromia citando o Instituto da Visão Assad Rayes
https://www.youtube.com/shorts/m2lTzGYIn7o
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