Segundo o Relatório Condições de Saúde Ocular no Brasil, divulgado em 2019 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo.
Só no Brasil, estima-se que 1,5 milhões de pessoas tenham a doença, mesmo que ainda não a tenham identificado, já que o glaucoma é uma patologia silenciosa e só apresenta sintomas mais concretos em estágios avançados da doença.
Uma das grandes armas de proteção contra o glaucoma e seus efeitos nocivos à visão é a prevenção. Diagnosticar a doença precocemente permite um tratamento mais assertivo e com grandes chances de controlá-la antes que ela evolua para um quadro mais grave, já que essa doença não tem cura. Portanto, conhecer as principais manifestações do glaucoma é fundamental.
O glaucoma é uma doença que pode comprometer a visão em diversos níveis, sendo a perda de campo visual progressiva a sua característica mais comum.
Essa patologia ocular é ocasionada pelo aumento de pressão intraocular, que por consequência causa alterações na natureza do nervo óptico, parte do olho que funciona como uma espécie de fio condutor, conectando diretamente o cérebro ao globo ocular.
O glaucoma pode se manifestar de quatro formas diferentes:
O tipo de Glaucoma de Ângulo Aberto é o mais comum da doença em adultos, com cerca de 80% dos casos diagnosticados. Nesses casos, o elevamento da pressão intraocular é progressivo, junto da perda constante de campo visual, podendo chegar ao extremo da visão tubular, que ocorre quando o paciente perde toda a visão periférica, enxergando somente os espaços a frente do seu globo ocular, enquanto o campo de visão lateral está completamente afetado.
Em pacientes com esse tipo de glaucoma em estágios mais avançados, a perda total de visão é um risco iminente, caso não seja feito o acompanhamento médico devido.
Também conhecido como Glaucoma Agudo, difere-se do Glaucoma de Ângulo Aberto especialmente pela rapidez com que a evolução da doença se dá.
No Glaucoma de Ângulo Fechado, a pressão intraocular se eleva drasticamente, em crises que podem ter sintomas graves como fortes dores de cabeça, náuseas, visão turva, além de sofrer com perdas súbitas de visão.
Devido à rapidez e à gravidade dessa manifestação do glaucoma, pode-se considerar o Glaucoma de Ângulo Fechado uma emergência oftalmológica, já que caso não tratado com a mesma rapidez com que se desenvolve a doença ele pode trazer consequências severas à visão do paciente.
Esse tipo de manifestação da doença é o principal fator responsável pelo aparecimento do glaucoma infantil, já que acontece quando a patologia é adquirida hereditariamente.
Geralmente apresenta sintomas mais visíveis nas crianças afetadas pela doença, como córneas turvas e inchadas, vermelhidão nos olhos e fotofobia.
O diagnóstico deve ser feito logo nos primeiros meses de vida, através do teste do olhinho. Caso seja identificado tardiamente, o Glaucoma Congênito pode levar a um quadro de cegueira infantil.
O Glaucoma Neovascular, ao contrário dos três tipos primários de glaucoma citados acima, é uma manifestação secundária da doença, menos comum que as supracitadas.
Esse tipo da doença geralmente está ligado a uma comorbidade patogênica, ou seja, seu aparecimento está relacionado à outra(s) doença(s), nesse caso à Diabetes Melittus, ou à retinopatia diabética.
No Glaucoma Neovascular, a pressão intraocular se eleva a níveis muito mais altos do que os normais, causando dor, vermelhidão e até processos inflamatórios no globo ocular. Essa manifestação do glaucoma é de difícil tratamento, portanto pacientes com diabetes devem estar sempre atentos a sinais de alterações visuais, além de fazerem consultas periódicas a um médico oftalmologista.
Como o glaucoma não tem cura, os tratamentos possíveis visam diminuir a pressão intraocular, evitando as consequências do aumento da pressão para a visão.
Nesse sentido, o tratamento do glaucoma é feito com o uso de colírios, primeiramente, o que pode ser associado a medicamentos via oral.
Os casos mais avançados da doença necessitam de uma cirurgia, conhecida como Trabeculectomia, para estabilizar os níveis de pressão.
Como há diversas manifestações dessa doença, entre elas as formas relacionadas a outras doenças como a diabetes, há situações em que o tratamento precisa ser conjunto. Ou seja, além de tratar o próprio glaucoma, é preciso controlar as outras doenças que possam estar potencializando o aumento de pressão intraocular.
Como já foi dito, o glaucoma é uma doença silenciosa e não tem cura, apesar dos tratamentos conseguirem mitigar seus efeitos de forma bem eficiente. Portanto, preveni-la e identificá-la precocemente é o mais indicado.
Entre as ações que podem ser feitas nesse sentido estão:
- Praticar exercícios físicos: por mais incrível que pareça, a prática de atividade física pode ajudar a conter o aparecimento do glaucoma. Segundo um estudo divulgado em 2018 pela Academia Americana de Oftalmologia (AAO), as pessoas que se exercitam regularmente têm menos chances de desenvolver a doença. Apesar de as explicações científicas ainda estarem em fase de testes, os cientistas acreditam que esse benefício se dê porque exercícios como corridas ou caminhadas ajudam a drenar os olhos e, assim, diminuir a pressão intraocular.
- Conhecer os fatores de risco do glaucoma e identificar se você convive com um deles: histórico familiar, distúrbios como a miopia e hipermetropia, uso contínuo de colírios a base de corticóide, todos esses são fatores que podem auxiliar no desenvolvimento do glaucoma.
- Ficar atento a traumas oculares: batidas, lesões ou cortes na região dos olhos podem levar a uma série de consequências à saúde ocular, entre elas o aumento de pressão. Portanto, se você sofreu um trauma como esse recentemente, é recomendado procurar um médico oftalmologista para verificar.
Além de todos esses cuidados, é primordial sempre fazer um acompanhamento com um médico oftalmologista para garantir a sua saúde visual, bem como verificar questões como a acuidade visual, pressão intraocular e capacidade de visão periférica.
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